quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Templo Abu Simbel


O complexo de Abu Simbel é constituído por dois templos. Um maior, dedicado ao faraó Ramsés II e aos deuses Ra-Harakhty, Ptah e Amun, e um menor, dedicado à deusa Hathor, personificada por Nefertari, a mais amada esposa de Ramsés II de entre as mais de 100 que Ramsés possuía.
O grande templo de Abu Simbel é considerado uma das mais grandiosas obras do faraó Ramsés II e, para muitos arqueólogos, é o maior e mais belo dos templos.
O templo, escavado numa rocha lisa de arenito, foi construído com um detalhe admirável, porque qualquer erro grave causaria o afundamento da obra.
A sua fachada tem 33 metros de altura e 38 metros de largura, a sua entrada foi concebida como um pilone. A fachada é constituída por quatro estátuas com vinte metros de altura que representam o faraó Ramsés II sentado ostentando a coroa dupla da unificação entre o alto e o baixo Egito, a barba postiça, um colar e um peitoral com o nome de coroação. A segunda dessas estátuas foi parcialmente destruída por um terremoto em 27 aC., a cabeça e o tronco de Ramsés encontram-se próximo da entrada. Na porta do templo existe uma inscrição criptográfica do nome do faraó: Ser-Ma'at-Ra e no meio das pernas das grandes estátuas podem ver-se pequenas estátuas de familiares de Ramsés II:
Junto ao colosso I (lado esquerdo) estão as representações da sua principal mulher Nefertari (na perna esquerda), a sua mãe Mut-tuy (na perna direita) e do príncipe Amonhorjepeshef (ao centro).
Junto ao colosso II (lado esquerdo) encontram-se as princesas Bentata, Nebettauy e outra que se pensa ser Senefra.
Junto ao colosso I (lado direito) estão as representações da sua principal mulher "Nefertari" (na perna direita), a princesa Beketmut (na perna esquerda) e do príncipe Riamsese (ao centro).


Junto ao colosso II (lado direito) encontram-se as representações da princesa Nerytamun, da mãe de Ramsés, Mut-tuy e da rainha Nefertari.
Na base das estátuas centrais existe uma representação das divindades do Nilo, que simbolizam a unificação do alto e do baixo Egito e na parte superior da fachada existe uma fileira de 22 estátuas de babuínos. Existem também outros relevos comemorativos, como um texto de 41 linhas que descreve as circunstâncias do casamento de Ramsés com a filha de Hattusili III, rei dos Hititas, casamento que selou a paz entre estes dois povos.
No lado direito da fachada encontra-se a capela setentrional, dedicada ao culto do Sol, que consiste num pequeno recinto a céu aberto com pedestais com imagens de deuses e uma representação da barca solar com um sacrifício do faraó a Rá-Horajti.
No lado esquerdo encontra-se a capela meridional que é uma capela escavada na rocha de 7,17 metros de comprimento por 4,40 de largura e 3,92 de altura em honra de Thot.
No interior existe uma câmara principal chamada "A grande sala dos pilares" ou "Grande sala hipóstila" que tem 18 metros de comprimento, 16 metros de largura e nove metros de altura cujo teto é sustentado por oito pilares representando o deus Osíris com algumas características de Ramsés II; as estátuas da esquerda ostentam a coroa do alto Egito enquanto as da direita ostentam a coroa Pschent (a coroa dupla que simboliza a unificação das duas terras). O teto está decorado com pinturas que representam a deusa Nejbet e as paredes com cenas do cortejo dos príncipes, cenas de batalhas na Síria, Líbia e Núbia, junto a oferendas, da apresentação de prisioneiros a Ra-Harmajis e Ramsés II divinizado, da Batalha de Kadesh entre outras.
A grande sala dos pilares está ligada a algumas outras salas mais pequenas e a um vestíbulo que leva à sala mais pequena do templo que vai até ao santuário.
As salas mais pequenas, denominadas câmaras laterais, são no total oito e estão dispostas cinco para a esquerda e três para a direita tendo como ponto de referência a entrada do templo. A sua decoração, variável, é tipicamente simples, tal como na câmara principal, embora algumas dessas câmaras contivessem tesouros.
O vestíbulo ou segunda sala hipóstila tem 11 metros de comprimento e 7,58 metros de largura. Nesta sala existem quatro pilares quadrados e nas suas paredes estão representadas cenas do faraó na companhia dos deuses. Do vestíbulo partem três portas que se dirigem à sala de oferendas que tem 3,30 metros de largura e está decorada com imagens de oferendas e adoração que por sua vez está ligada ao santuário.
O santuário interno prolonga-se por 55 metros de profundidade e era o local mais sagrado do Grande Templo; por essa razão apenas o faraó lá podia entrar. Nessa sala existem quatro estátuas: uma do faraó Ramsés II e as de três deuses: Ra-Harakhte, Ptah e Amon-Rá. Cada um destes deuses tinha as suas capitais, ao longo da história do Egito. Estes três deuses foram venerados como a representação de um único deus grandioso; desta forma, por um lado eram rivais e por outro eram todos o mesmo. O templo foi construído de modo a que, duas vezes por ano, a 21 de Fevereiro (data do nascimento do faraó), e a 22 de Outubro (data da sua coroação), à medida que o sol se levantasse, os seus raios iluminassem as grandes estátuas do santuário e a parede que descreve a alegada vitória dos egípcios sobre o Império Hitita na Batalha de Kadesh. Embora este fato não seja verdadeiro, já que esta batalha terminou com um empate, Ramsés II auto proclamou-se vencedor relatando a sua vitória e exaltando a sua coragem e a intervenção de Amon-Rá em vários templos, incluindo no templo de Luxor.

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